Porém, o principal fator de cura no tratamento psicanalítico é a RELAÇÃO do paciente com o analista.
Como assim?
Vejamos: O que ocasiona o adoecimento emocional do ponto de vista psicanalítico?
A resposta é: um processo de dissociação da personalidade, certo?
Em outras palavras, entendemos que o sujeito adoece para se proteger de determinadas partes de si mesmo que ele tem medo de integrar em sua personalidade.
Se é assim, qual deve ser o objetivo do tratamento?
Ajudar a pessoa a perder esse medo!
O trabalho de decifração dos sintomas e inibições do paciente só pode acontecer se ele for se sentindo suficientemente seguro para explorar o avesso de si.
E ele só conseguirá desenvolver essa segurança no interior de uma RELAÇÃO com uma pessoa confiável, empática, não invasiva e, sobretudo, que não o condena.
A análise não cura por causa daquilo que o paciente redescobre sobre si durante a terapia ou em função de interpretações certeiras do analista.
Isso tudo é importante, mas é secundário.
O fator terapêutico primordial é a reconquista, pelo paciente, da capacidade de olhar para si mesmo e se escutar sem medo.
E isso só pode ser alcançado por meio de uma RELAÇÃO de confiança com o analista.
Corroborando essas ideias, Freud diz o seguinte na conferência “Transferência”, de 1917 (volume XVI das Obras Completas):
“A fim de que o paciente enfrente a luta do conflito normal com as resistências que lhe mostramos na análise, ele tem necessidade de um poderoso estímulo que influenciará sua decisão no sentido que desejamos, levando à recuperação. […] "
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