quarta-feira, 20 de abril de 2022

Podemos ser vítimas do nosso meio, mas não precisamos ser reféns das circunstâncias

 Um estudo da conceituada Revista Molecular Psychiatry sugeriu, levando em consideração os mais recentes estudos na área da epigenética e neurociência, que o menor nível socioeconômico pode contribuir para a função cerebral alterada e risco futuro de depressão.

Essa é uma notícia que pode ser de grande contribuição para a ciência pensar em novos métodos de tratamento e cuidados.

No entanto, se o nível socioeconômico pode ser propulsor para uma futura causa de depressão e outros quadros psicopatológicos, isso não significa que o sujeito precisa ser refém de suas circunstâncias. Contrariando a toda sorte de adversidades sociais, econômicas e morais, ainda assim é possível fazer escolhas melhores e ser mais dono da própria vida e menos refém das circunstâncias.

Esse estudo vai em direção ao pensamento de Jean-Jaques Rousseau, filósofo iluminista suíço que disse: A natureza humana é boa. Logo, é o meio em que o homem está inserido que definiria quais as suas possibilidades. Ou seja, ele seria o produto do meio. Seria a sociedade então que o corromperia.

Já para Freud, o homem é resultado de suas experiências infantis com a junção do Id e do controle das decisões feitas pelo superego, na medida em que o caráter infantil iria moldando a formação da personalidade na idade adulta.

As neuroses seriam então, o resultado do recalcamento criado por poderosas forças contrárias emocionais.

Sendo de natureza biológica, socioeconômica ou das experiências infantis, fato é que é possível escolher não se manter eternamente vítima das circunstâncias. E uma análise pode ajudar o sujeito a se responsabilizar por seus desejos e sua vida.

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